Tribuna na alcova

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A Delinqüência Acadêmica

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A Delinqüência Acadêmica

Maurício Tragtenberg

O tema é amplo: a relação entre a dominação e o saber, a relação entre o intelectual e a universidade como instituição dominante ligada à dominação, a universidade antipovo.
A universidade está em crise. Isto ocorre porque a sociedade está em crise; através da crise da universidade é que os jovens funcionam detectando as contradições profundas do social, refletidas na universidade. A universidade não é algo tão essencial como a linguagem; ela é simplesmente uma instituição dominante ligada à dominação. Não é uma instituição neutra; é uma instituição de classe, onde as contradições de classe aparecem. Para obscurecer esses fatores ela desenvolve uma ideologia do saber neutro, científico, a neutralidade cultural e o mito de um saber “objetivo”, acima das contradições sociais. Continue lendo »

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janeiro 2, 2011 at 6:48 pm

Romeu e Julieta

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Cotidiano

Ele a esperou na porta do colégio. Com quinze anos, era a primeira vez que se aproximava de uma garota. O rosto queimado, ele conseguiu perguntar se podia acompanhá-la. Ela disse que sim.

Sentindo-se ridículo e nervoso, ele perguntou se ela estava com pressa. Ela falou que não. Então ele perguntou se ela queria ir ao cinema. Ela disse que sim.

Não conseguindo concentrar-se no filme, ele olhava disfarçadamente para ela. Seus olhos se encontraram e ela sorria, dando-lhe a mão. Continue lendo »

Written by moravagine

agosto 15, 2010 at 7:50 pm

Publicado em Outras portas

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Analise da Proposta Curricular do Estado de São Paulo

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ANALISE CRITÍCA DA PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Por: Rafael Tadeu Moravagine Carneiro


“Acabar com a escola não significa  destruir a escola, mas sim acabar com o currículo que impõe uma carga de informação ociosa, em detrimento da criação de um ambiente de reflexão” (Fernando Carvalho citando Maurício Tragtenberg)

Os Incompreendidos, de François Truffaut

Ao nos depararmos com o advento da Educação estamos imediatamente em um campo complexo, onde muita das vezes as particularidades da mesma são deixadas de lado no sentido de não percebemos o quanto se faz necessário percebemos o ensino como algo multifacetado, ou seja, “é preciso substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une” como nos coloca Edgar Morin.

Neste sentido quando nos vemos diante da Proposta Curricular do Estado de São Paulo temos a oportunidade de trazermos a tona essa discussão que nos remete aos mais variados âmbitos de analise tanto no sentido objetivo quanto subjetivo.

Porém antes mesmo de adentrarmos no cerne da Proposta Curricular e conseqüentemente as brechas que a mesma nos fornece se faz necessário mesmo que de forma superficial visualizarmos alguns fatores que constituem o Currículo e suas perspectivas.

O currículo é antes de qualquer coisa uma espécie de organizador de práticas educacionais que por sua vez acaba por se moldar e se constituir como significado educativo através de reflexões que o mesmo faz em relação a esquemas como formativo, socializador, cultural, etc, ou seja, o currículo não pode ser visto como conceito e sim como algo que se configura e se constrói através dos mais variados elementos políticos e educacionais.

Neste sentido percebemos o currículo no sentido teórico como referencial na tentativa de se melhorar a qualidade do ensino, no aperfeiçoamento dos professores e das instituições escolares aonde saberes e metodologias diferentes acabam por fazer necessário uma nova forma de se comunicar para com os alunos. Porém é importante deixar claro que o Currículo Escolar não pode ser visto como “Um cadáver adiado que procria” como diz o verso do poeta português Fernando Pessoa. Pelo contrario, deve ser analisado como algo que pode ser construído culturalmente através de práticas educacionais objetivas e subjetivas que podem e devem ser multifacetadas no sentido de que quando partimos do pressuposto que o Currículo não pode ser visto como conceito e sim como construção cultural é no sentido de que a cultura não pode ser vista como algo puro e isolado e sim como vasos comunicantes dentro da perspectiva de Edward Said para com a representatividade do conceito de cultura. Continue lendo »

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julho 20, 2010 at 3:14 pm

Publicado em Arte e Política

“A felicidade na escravidão”

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“…O acreditara, ou quisera acreditar, para se justificar, que Jacqueline fosse arredia. Foi só querer para ver que estava enganada. Os ares pudicos de Jacqueline, ao fechar a porta da saleta com o espelho, onde trocava de roupa, eram exatamente destinados a atiçar O, a estimulá-la a forçar uma porta escancarada que ela hesitava atravessar. Mas Jacqueline estava longe de imaginar que a decisão de O viesse, finalmente, de uma autoridade fora dela, e que não fosse o resultado dessa estratégia elementar. No começo, O se divertiu. Sentia um enorme prazer ao ajudar Jacqueline a ajeitar os cabelos quando, por exemplo, depois de tirar as roupas com as quais havia posado, Jacqueline punha a blusa de malha apertada no pescoço e o colar de turquesas da cor dos seus olhos; ao pensar que, naquela mesma noite, Sir Stephen ficaria sabendo de cada um dos gestos de Jacqueline, se ela havia deixado que O pegasse seus dois seios pequenos e afastados por cima da malha preta, se seus cílios, mais claros do que a pele, haviam tocado as maçãs do rosto ao abaixar as pálpebras, se ela gemera. Quando O a beijava, ela ficava pesada, imóvel e atenta nos seus braços, e deixava que sua boca fosse entreaberta e seus cabelos puxados para trás. Continue lendo »

Written by moravagine

maio 24, 2010 at 9:09 pm

Publicado em Outras portas, Pintura

Por uma História das Mulheres

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POR UMA HISTÓRIA DAS MULHERES

Por: Rafael Carneiro

Ao nos depararmos  com a História e suas diversas possibilidades  historiográficas sobre inúmeros temas de pesquisa, estamos imediatamente adentrando em um campo complexo, onde as particularidades muita das vezes são deixadas de lado em prol de um método de pesquisa já estabelecido pela historiografia tradicional

Entretanto, quando o particular é interpretado como fonte histórica e o Historiador o vê deste âmbito, onde o universalismo é deixado de lado, se cria a possibilidade e por que não o privilégio de trazer à tona, aquilo que há muito foi deixado de lado, que é a visibilidade dos excluídos da História.

É neste  sentido que a Historiadora Maria Izilda S. Matos. Doutora em história pela Universidade de São Paulo e Professora Titúlar do Programa de Pós-Graduação em História da PUC-SP, onde a mesma recebeu o prêmio SECI-CNI de teses universitárias em 1994,  pelo trabalho Trama e Poder. Possibilita-nos a partir do de se livro Por uma História das Mulheres, olhar para o estudo do particular na história como também um estudo político.

Maria Izilda traz à tona, a mulher como agente histórica, ou seja, em Por uma História das Mulhres, a mulher é vista como sujeito dentro de seu respectivo contexto social, político e econômico.

Mas para isso, se faz necessário contextualizar o surgimento da mesma enquanto fonte de pesquisa,  e Maria Izilda o faz de forma erudita e ao mesmo tempo esteta, ela nos leva a percorrer todo o trajeto da mulher enquanto tema de pesquisa. Continue lendo »

Written by moravagine

maio 18, 2010 at 7:49 pm

Publicado em História, Resenhas

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O tempo e suas representatividades

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O TEMPO E SUAS REPRESENTATIVIDADES


ENSAIO POR RAFAEL CARNEIRO


Ao nos depararmos com o advento do tempo adentramos imediatamente em uma questão complexa, pois envolve elementos muitas das vezes deixados de lado ou até mesmo ignorados por parte do ocidente em especial, pois como sabemos o pensamento ocidental acaba por ter em seu cerne um posicionamento cartesiano em relação ao tempo diferente do continente africano, por exemplo, que percebe o tempo a partir de outra temática.

Ou seja, dentro do âmbito da cultura africana presente em países como Moçambique e Angola percebemos que os mesmos diferentemente do ocidente vivenciam um ambiente oral, ou seja, pela escrita ser algo recente no mesmo, toda expressão subjetiva e objetiva no continente africano se deu através da oralidade e do corpo. Sendo assim construindo todo um complexo emaranhado de possibilidades de entender e expressão da realidade através da fala, cantos, contos, danças e rituais.

O interessante é que sendo uma cultura baseada na oralidade o corpo acaba por ser uma espécie de templo no sentido de que o mesmo carrega em si toda uma representatividade para com a vida e para com a morte, ao contrario do ocidente cartesiano que percebe o corpo apenas como deslocador e nada mais.

Ainda caminhando nesta mesma problemática no âmbito da cultura africana adentramos na importância da cultura e na representatividade da mesma para com a comunidade em questão, onde a mesma por ser construída a partir de uma construção de identidade e manutenção de tradições através da oralidade se torna de vital importância a existências de figuras como  das crianças que seriam responsáveis pela perpetuação das tradições e das pessoas mais idosas representadas por espécies de líderes espirituais destas comunidades. Continue lendo »

Written by moravagine

fevereiro 15, 2010 at 5:07 am

Publicado em Outras portas

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